segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cade o jornalista?


 O governo colombiano afirmou hoje que não está realizando operações de resgate do jornalista francês Romeo Langlois, desaparecido desde sábado (28), quando fazia uma reportagem sobre uma operação do Exército colombiano contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

"Claro que há operações, mas nenhuma de resgate porque não sabemos onde o jornalista está. Assim que nos inteirarmos será preciso algumas decisões sobre as quais falaríamos de todas as maneiras com o governo francês", disse o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón.

Pinzón garantiu que não descarta nenhuma hipótese sobre o que pode ter ocorrido com Langlois, incluindo um sequestro pelas Farc, e reiterou que somente quando tiver informações precisas fará afirmações a respeito.
France Presse
Roméo Langlois, correspondente do canal France 24 e do jornal "Le Figaro", foi sequestrado pelas Farc
Roméo Langlois, correspondente do canal France 24 e do jornal "Le Figaro", foi sequestrado pelas Farc
Por sua vez, o vice-presidente do país, Angelino Garzón, disse que "o governo não tem nenhum problema em buscar colaboração de um organismo tão profissional quanto o Comitê Internacional da Cruz Vermelha para facilitar a libertação de pessoas sequestradas", caso isso realmente tenha acontecido com o jornalista.

O vice-presidente também chamou a atenção para o uso de roupas militares por parte dos jornalistas, pois Langlois utilizava o capacete e o colete à prova de balas emprestados pelo Exército.

FRANÇA
O Ministério das Relações Exteriores da França disse nesta segunda-feira que as Farc são responsáveis pelo sequestro de Langlois.
"Apesar de não existir reivindicação formal de seu sequestro, consideramos, de acordo com as autoridades colombianas, que nosso compatriota está muito provavelmente em mãos das Farc", disse um porta-voz do ministério.

O funcionário acrescentou que a França considera as Farc "responsáveis pela situação de Langlois" e lembrou que a guerrilha "se comprometeu publicamente a renunciar aos sequestros".

"Pedimos respeito a este compromisso e solicitamos a libertação imediata de Langlois", afirmou. O jornalista é correspondente na Colômbia da emissora "France 24" e do jornal "Le Figaro".

O repórter foi ferido e capturado junto com outros cinco soldados colombianos, que foram posteriormente libertados.
O porta-voz reiterou que as autoridades francesas trabalham em colaboração com as colombianas para conseguir a libertação do jornalista.
DÚVIDAS
Mais cedo, o chanceler francês, Alain Juppé, havia dito que "não há certeza absoluta" de que o jornalista seja refém das Farc.

"Segundo as declarações das autoridades colombianas, em particular do ministro da Defesa (Juan Carlos Pinzón), é verossímil que Romeo Langlois, correspondente do canal de notícias France 24, tenha sido sequestrado pelas Farc, mas não temos certeza absoluta disso", declarou Juppé.

"Langlois acompanhava o Exército colombiano. Aparentemente foi tomado como refém neste momento, mas não temos uma certeza absoluta. Estamos em contato permanente com as autoridades colombianas para trabalhar por sua libertação", completou.
Ontem, Juppé havia afirmado que o correspondente era prisioneiro das Farc. Segundo o governo francês, o jornalista teria sido sequestrado pela guerrilha e ferido no braço esquerdo durante combate entre as Farc e o Exército da Colômbia.
OPERAÇÃO
Pinzón relatou ontem que unidades da Brigada contra o Narcotráfico, acompanhadas da polícia e do jornalista ingressaram no sábado (28) em uma região rural em Caquetá.
Após destruir um laboratório, do qual retiraram 400 quilogramas de pasta base de coca, as unidades tentaram ingressar em outra área na qual se preparavam para repetir a operação, mas ali encontraram guerrilheiros que atacaram o batalhão.

Pinzón disse ainda que, segundo os militares, os combates foram muito intensos e duraram várias horas, nas quais houve momentos de enfrentamento a curta distância.
Quatro militares morreram e oito foram feridos no confronto, segundo as autoridades colombianas. Cinco soldados que estavam desaparecidos foram encontrados pela tropa horas depois.
SEQUESTROS
No começo de abril, as Farc libertaram dez policiais e militares que mantinham sequestrados há mais de 12 anos, e que eram seus últimos reféns militares.
A guerrilha tinha emitido um comunicado em março anunciando a renúncia ao sequestro de civis com fins extorsivos.
O ataque mais violento das Farc neste ano aconteceu em março, quando 11 militares morreram em Arauquita, próximo à fronteira com a Venezuela.
As Farc, principal guerrilha esquerdista da Colômbia com mais de 45 anos de existência, conta com cerca de 9.200 combatentes, segundo o Ministério da Defesa.

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