Por Nildo Alexandrino
A prefeitura Municipal em parceria com o
Ministério do Turismo e apoio do Senador e Ministro Garibaldi Filho, iniciou a
obra de restauração da antiga Casa do Agente Ferroviário de Frutuoso Gomes.
Depois de muita persistência do
prefeito Lucidio Jácome, os imóveis da antiga RFFSA foram doados ao município
pela União Federal, e serão totalmente restaurados e transformados em espaços
culturais. A reforma desses patrimônios da nossa história é um sonho antigo
desse que vos escreve e graças ao prefeito Lucidio Jácome essa história terá sua
continuidade por muitos anos.
Primeiramente será restaurada a
Casa do Agente e em seguida será a vez da Estação Ferroviária. Esses prédios,
como é do conhecimento de todos, viviam abandonados e em pouco tempo poderiam
desaparecer, levando com eles uma bonita e importante parte da nossa
historia.
Inaugurada em 31 de dezembro de 1941 a Casa do Agente Ferroviário
teve como seu primeiro administrador: Francisco das Chagas Paiva, (Seu
Paiva), como era mais conhecido. Nessa casa aconteceram fatos marcantes de nossa história, entre
eles: Um grave acidente ocorrido em 24 de maio de 1956, com uma locomotiva Maria
Fumaça à vapor, que na altura do quilometro 189 (próximo ao alto do balanço),
saiu dos trilhos e virou, causando graves queimaduras no maquinista Bento
Cirino, o mesmo ainda foi socorrido e trazido para esta casa, mas não resistiu
às graves queimaduras e faleceu.
Outro fato
marcante na história da Casa do Agente, e quase totalmente desconhecido pela
população, é que, nesta casa, nasceu uma mulher que entrou para triste historia
do Brasil no período da Ditadura Militar. Trata-se da jovem Anatália de Melo
Alves, nascida aqui, em 9 de julho de 1945, filha do Agente Ferroviário Nicácio
Loia de Melo. Já morando em Mossoró a jovem conheceu um rapaz chamado Luiz Alves
Neto, por quem se apaixonou, vindo logo depois a se casarem. Em 1969 passou a atuar juntamente com o
esposo, no PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário), passando a morar
no estado de Pernambuco atuando nas Ligas Camponesas, aonde foi presa juntamente
com o marido em 17/12/1972. Juntos foram transportados ao DOPS de Recife onde
foram torturados. Anatália foi terrivelmente torturada até a morte, como
foi encontrada numa cela, no porão do DOPS em Recife em 22/01/1973.
Hoje existem vários prédios, ruas e um colégio em Mossoró com o seu
nome, e acho, na minha humilde opinião, que, nada mais justo que prestar essa
homenagem também à essa jovem que morreu defendendo seus ideais para um Brasil
livre da Ditadura Militar. Homenageá-la dando o seu nome a Casa do Agente, que
ora está sendo restaurada e será transformada em museu municipal onde abrigará a
história do nosso povo.Nildo Alexandrino
( Chefe da Divisão de Cultura do Município - Pesquisador ) Outras fotos:
fonte ;Fnews
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