Desprestigiado pelo médico Bruno Filho (PMDB), seu vice-prefeito, o prefeito Manoel Cunha Neto, o ‘Souza’ (PP), pode oferecer às eleições de outubro uma considerável e surpreendente novidade à política da salinésia. Os bastidores estão com temperatura escaldante em Areia Branca.
A falta de espaço – até aqui – no palanque a que pertence há 16 anos, leva Souza a gerar projeto eleitoral em faixa própria. Caminha para fazer a enfermeira Lidiane Garcia (PSB), secretária de Saúde, sua opção à prefeitura. O quadro se desenha assim, de forma aparentemente enviesada.
Ela vai se desincompatibilizar do cargo de secretária municipal da Saúde amanhã (segunda-feira, 4), às 10h, em solenidade marcada para a Câmara Municipal.
Souza poderá estar perdendo uma auxiliar de reconhecida popularidade e valor gerencial, mas empinando um nome novo na sucessão areia-branquense. Não tem tradição política ou advém de família tradicional. É povo.
Há cerca de um mês, Bruno – que é pré-candidato a prefeito, articulou em Natal, com os deputados Henrique Alves (PMDB) e João Maia (PR), o fechamento de uma chapa. Chegou a fazer reuniões, tudo à revelia de Souza, com quem tinha compromisso de vê-lo indicar seu vice. Tinha, que se diga.
Vazou informação de que Henrique Alves aconselhara Bruno a conversar com Souza e aceitar o vice que ele (Souza) indicasse, devido a “coerência” que o prefeito desmonstrava em apoiá-lo. Segundo essas mesmas fontes, o presidente local do PMDB, ex-vereador Cleodon Bezerra, reforçou essa informação e tese.
De pai para filha
Souza lutou com fervor a legalidade da postulação de Bruno. Nos escaninhos da Justiça, alguns processos foram defendidos e acompanhados pelo prefeito. E, mesmo assim, não se pode afirmar com plena segurança que o ex-prefeito (duas vezes) Bruno tenha superado todo esse cipoal legalista.
Há uma insegurança político-jurídica rondando Bruno.
Num município que há anos convive com permanente judicialização de sua política, o atual vice-prefeito e ex-prefeito Bruno corre perigo até mesmo de não ser candidato a prefeito. O próprio Bruno já foi cassado em 2004, quando estava no segundo mandato como prefeito.
Numa operação emergencial, Bruno costura meios para viabilizar sua filha Luana Pedrosa (PMDB) como substituta, numa espécie de sucessão dinástica.
Sai o pai, entraria a filha. Tudo em família. Não se viabilizando a prefeito, a filha o representaria no topo da chapa majoritária. Difícil é o próprio PMDB de Cleodon engolir a solução caseira, além de outros partidos da base governista.
Souza, isolado e praticamente banido do processo sucessório por Bruno, parece ter assumido outro caminho. Bruno ou Luana à sua sucessão? Para o prefeito, tanto faz. Há Lidiane.
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