Mudanças nos hábitos de higiene poderiam evitar câncer de pênis, doença que provoca cerca de mil amputações por ano no país
POR DR,CARLOS
Hoje fiquei surpreso. Há mais de um ano não me deparava com um tumor de pênis no consultório. Nem no consultório particular (onde nunca presenciei), nem no popular, onde raramente um caso suspeito me chega. Entretanto, no atendimento do segundo paciente (dos 40 e tantos que atendi hoje), um deles era câncer.
História típica: paciente analfabeto, de 61 anos, falta de higiene regular, falta de informação e falta de iniciativa (a lesão surgiu há mais de 1 ano).
Câncer de pênis, provavelmente avançado e – infelizmente – como solução paliativa, a amputação do mesmo concomitantemente com esvaziamento cirúrgico ganglionar. Uma pena, pois é algo facilmente evitável: água e sabão (sabonete) diariamente. Só isso! Abaixo, entrevista que prestei para diversas mídias há mais ou menos 1 ano, sobre o assunto:
“No Brasil, o câncer de pênis representa cerca de 2% do total das neoplasias do homem, tendo também aqui no país uma das maiores incidências do mundo. Mas poderia ser facilmente combatido com o uso de dois itens simples e ao alcance de todos: água e sabão.
Trata-se do câncer de pênis, que é cinco vezes mais comum nas regiões Norte e Nordeste em comparação ao Sul e Sudeste e bem mais perigoso do que se pode pensar. “Não existe apenas o risco de amputação do pênis, mas também o de que a doença se espalhe (metástase) mesmo após o tratamento”, alerta o urologista Carlos Bayma, do Hospital Esperança, no Recife (PE).
Conforme explica o profissional, a doença que provoca cerca de mil amputações por ano (sendo Recife uma das cidades com maior número de casos) atinge os homens a partir dos 40 anos. Em particular, a faixa etária que vai dos 50 aos 65 anos de idade.
Os principais fatores de risco para a doença são a má-higiene íntima, fimose e infecções locais de repetição ou indevidamente tratadas. O sinal de alerta é dado a partir da presença de uma ferida no pênis ou virilha que não cicatriza e que pode eliminar secreções e exalar mau cheiro. Outros sinais são: manchas persistentes (principalmente as esbranquiçadas); inchaço; vermelhidão e coceira que não cedem com o tratamento.
A prevenção se dá por meio da visita ao urologista assim que for notada uma lesão no pênis que não cure no prazo de 15 dias – o que nem sempre acontece (“A partir da primeira lesão suspeita, os homens levam de um a quatro anos para procurar ajuda”). A prevenção também pode ser feita a partir da higiene do órgão genital com água e sabão (ou sabonete) na hora do banho ou após o ato sexual – um hábito que deve ser porto em prática desde cedo.
O uso de preservativos nas relações sexuais também é importante, uma vez que o HPV está presente em cerca de metade dos homens que desenvolvem câncer de pênis.”
O paciente em questão tinha HPV!
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