DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
O relato de um brasileiro que estava no navio que naufragou ontem à noite na costa italiana descreve momentos de medo e angústia. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, 53 brasileiros estavam no navio e já foram resgatados em segurança. DE SÃO PAULO
Segundo o consultor Carlos Frederico Bezerra, 46, que estava com 16 integrantes de sua família, o encalhe do navio provocou "um solavanco, como se fosse a pancada de uma embreagem de carro quebrando". De acordo com as informações preliminares, a embarcação bateu em um banco de areia por volta das 21h (18h, horário de Brasília).
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Bezerra jantava e pode ver talheres e pratos sendo derrubados, pessoas escorregaram, e um cenário de pânico generalizado. Em seguida, foram emitidos avisos sonoros, pedindo calma e afirmando que tudo estava sob controle, segundo ele. Na sequência, houve um apagão.
"Teve, então, uma mensagem para a tripulação, que vestiu o colete salva-vidas. Aí nos avisaram para ir para ao deque e pegar os barcos salva-vidas. Não é tão simples entrar num barquinho", diz.
O brasileiro conta que está sem documentos e apenas um sobrinho tem cartão de crédito porque levou o objeto para o jantar. Os passaportes, segundo relata, ficaram em poder do navio.
Bezerra e seu grupo foram encaminhados para a igreja matriz da ilha de Giglio, a 80 km de Roma, onde ocorreu o naufrágio. Com as roupas usadas no jantar, em ambiente de 23ºC, agora terão de passar a noite a 6º C na igreja. Ele conta que a população da ilha distribuiu mantas, o navio deu capas de plástico.
ACIDENTE
As informações de números de mortos e desaparecidos ainda não é oficial; a imprensa internacional afirma que são três vítimas, enquanto a empresa Costa Crociere, dona do Costa Concordia informou em comunicado neste sábado que oito pessoas morreram após a tragédia e ao menos 80 estão desaparecidas.
Ainda segundo a companhia, a embarcação tinha 4.200 pessoas a bordo, a maioria de nacionalidade italiana (1.000), 500 alemães, 160 franceses, 46 brasileiros e o restante de nações diversas.
O Concordia fazia uma rota com duração de sete dias pelo mar Mediterrâneo, com escalas nas cidades de Savona (Itália), Marselha (França), Barcelona (Espanha) e nas italianas Parma, Cagliari e Palermo.
A ilha de Giglio fica situada em um arquipélago na região da Toscana, no norte da Itália. Segundo relatos da imprensa europeia, após o encalhe da embarcação pequenas barcos tentaram a ajudar no resgate dos passageiros e tripulantes.
A Guarda Costeira chegou a informar que "os passageiros não corriam perigo" e eram retirados em botes salva-vidas do navio Costa Concordia. Porém, ao retirar os últimos membros da tripulação uma fenda se abriu, causando vazamentos internos.
De acordo com o site do Costa Concordia, a embarcação "é o maior e mais imponente navio de toda a frota Costa com 112 mil toneladas, mais de 500 varandas privativas nas 1.500 cabines".
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