sobre a Copa do Mundo de futebol, no Brasil. E, seguindo a tendência de outras publicações estrangeiras, as previsões são pessimistas para a realização do Mundial, que começa em 12 de junho. "A maior festa do mundo no país do futebol pode acabar em fiasco", diz a publicação, datada desta segunda-feira.
A reportagem de dez páginas, assinada por Jens Glüsing, é intitulada "Gol contra do Brasil" chama a organização da Copa de caótica, e fala dos problemas de infraestrutura e segurança que o país vive. A Der Spiegel cita os riscos de protestos e greves e, dando um clima alarmista para a situação do Brasil a menos de um mês da Copa.
"Manifestações, greves e tiroteios em vez de festa. Os cidadãos estão revoltados com estádios caros e políticos corruptos - e eles sofrem com a economia estagnada", diz a publicação.
A matéria começa com o cenário do Itaquerão em destaque, descrevendo a visita de Dilma Rousseff ao estádio do Corinthians e da abertura do Mundial e o cenário de obras em que o local ainda se encontra: "uma aparência fantasmagórica". Cita também que, ao contrário de outros países, em que o chefe de estado aproveitaria o palanque da abertura Copa para um discurso, deve manter o silêncio com medo de vaias – como aconteceu na Copa das Confederações.
Há ainda uma ironia com o ministro do Esporte Aldo Rebelo, que disse que o povo brasileiro é pessimista. "Uma declaração surpreendente para um Governo que vende o Brasil como um refúgio de alegria tropical.
A Der Spiegel mistura economia, política e problemas sociais para pintar um quadro bem mais amplo do país – fala do Plano Real, do governo Lula, de inflação e da diminuição do número de brasileiros nos níveis extremos de pobreza. E arremata dizendo que quando Lula brigou pela Copa do Mundo no país, a ideia era dar mais um passo no crescimento do Brasil.
A realidade, diz a revista, é diferente, com milhões de brasileiros descontentes com os gastos em estádios em vez de um enfoque em áreas mais necessitadas.
"O descontentamento dos cidadãos com sua vida agora se mistura com a raiva por conta dos bilhões de euros para a construção de novos estádios para a Fifa", acrescenta o jornalista, citando os protestos de julho de 2013 para exemplificar isso.
Em outra matéria que aborda o tema da capa, a Der Spiegel fala das construções das arenas e cita uma "caça ao elefante branco", para falar dos gastos com estruturas que poderão ficar sem uso após a Copa.
Cita ainda o caso específico do Maracanã, criticando a reforma que teria o tirado do povo. "Foi eviscerado, reconstruído e teve sua alma roubada". O estádio é colocado como a "Estátua da Liberdade" brasileira, mas agora é descrito como uma arena qualquer, que poderia estar em qualquer cidade do mundo com seu padrão Fifa.
Outro ponto colocado em destaque é a entrevista com o autor brasileiro Luiz Ruffato sobre a relação entre futebol e política. Ruffato causou polêmica em 2013, quando fez o discurso de abertura na Feira do Livro de Frankfurt e criticou enfaticamente a desigualdade social no Brasil. Para Ruffato, a questão é se o Brasil precisava mesmo de um Mundial.
"A decisão de fazê-lo, como sempre, vai de cima para baixo, sem consultar o povo. E foi baseada na ilusão de que somos a sétima economia do mundo, e assim ricos o suficientes para mostrar ao mundo que podemos sediar uma Copa. Mas não é verdade. Não é porque somos a sétima economia do mundo que somos ricos", disse ele.
Uma das revistas mais conceituadas da Alemanha, a Der Spiegel dedicou a capa e a principal matéria de sua mais recente edição para falar A reportagem de dez páginas, assinada por Jens Glüsing, é intitulada "Gol contra do Brasil" chama a organização da Copa de caótica, e fala dos problemas de infraestrutura e segurança que o país vive. A Der Spiegel cita os riscos de protestos e greves e, dando um clima alarmista para a situação do Brasil a menos de um mês da Copa.
"Manifestações, greves e tiroteios em vez de festa. Os cidadãos estão revoltados com estádios caros e políticos corruptos - e eles sofrem com a economia estagnada", diz a publicação.
A matéria começa com o cenário do Itaquerão em destaque, descrevendo a visita de Dilma Rousseff ao estádio do Corinthians e da abertura do Mundial e o cenário de obras em que o local ainda se encontra: "uma aparência fantasmagórica". Cita também que, ao contrário de outros países, em que o chefe de estado aproveitaria o palanque da abertura Copa para um discurso, deve manter o silêncio com medo de vaias – como aconteceu na Copa das Confederações.
Há ainda uma ironia com o ministro do Esporte Aldo Rebelo, que disse que o povo brasileiro é pessimista. "Uma declaração surpreendente para um Governo que vende o Brasil como um refúgio de alegria tropical.
A Der Spiegel mistura economia, política e problemas sociais para pintar um quadro bem mais amplo do país – fala do Plano Real, do governo Lula, de inflação e da diminuição do número de brasileiros nos níveis extremos de pobreza. E arremata dizendo que quando Lula brigou pela Copa do Mundo no país, a ideia era dar mais um passo no crescimento do Brasil.
A realidade, diz a revista, é diferente, com milhões de brasileiros descontentes com os gastos em estádios em vez de um enfoque em áreas mais necessitadas.
Você concorda com a revista Der Spiegel sobre a situação preocupante da Copa no Brasil?
Cita ainda o caso específico do Maracanã, criticando a reforma que teria o tirado do povo. "Foi eviscerado, reconstruído e teve sua alma roubada". O estádio é colocado como a "Estátua da Liberdade" brasileira, mas agora é descrito como uma arena qualquer, que poderia estar em qualquer cidade do mundo com seu padrão Fifa.
Outro ponto colocado em destaque é a entrevista com o autor brasileiro Luiz Ruffato sobre a relação entre futebol e política. Ruffato causou polêmica em 2013, quando fez o discurso de abertura na Feira do Livro de Frankfurt e criticou enfaticamente a desigualdade social no Brasil. Para Ruffato, a questão é se o Brasil precisava mesmo de um Mundial.
"A decisão de fazê-lo, como sempre, vai de cima para baixo, sem consultar o povo. E foi baseada na ilusão de que somos a sétima economia do mundo, e assim ricos o suficientes para mostrar ao mundo que podemos sediar uma Copa. Mas não é verdade. Não é porque somos a sétima economia do mundo que somos ricos", disse ele.
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