De Fato - As previsões meteorológicas que apontavam 2016 como mais um ano de seca deverão ser confirmadas. Embora o período chuvoso encerre no final do mês de maio, os meteorologistas afirmam que já é possível classificar 2016 como um ano de chuvas abaixo da média.
De acordo com o meteorologista José Espínola, de janeiro até abril, choveu um acumulado de 306,1 milímetros, enquanto que o volume médio para o período é de 490 milímetros.
No mês de janeiro, as chuvas na região ficaram acima de média, com um volume acumulado de 130 milímetros. Contudo, nos dois meses seguintes, o volume de chuvas ficou muito abaixo da média. Em fevereiro choveu 28 milímetros e em março caiu um volume de chuvas de 62 milímetros. A média para esses meses é, respectivamente, de 100 mm a 160 mm.
Em abril, segundo o meteorologista, o acumulado de chuvas ficou em torno de 80 milímetros, enquanto que a média para o mês é de 170 milímetros. Para o mês de maio, a média esperada é de 100 milímetros, no entanto, até o momento, foram registrados apenas três milímetros de chuvas.
Diante desses números, confirma-se a tendência de chuvas abaixo da média. Considerando o atual cenário, para atingir o volume médio do período chuvoso (de janeiro a maio), que é de 590 milímetros, no mês de maio seria necessário um volume de chuvas superior a 284 milímetros, o que não deverá ocorrer.
José Espínola explica que o principal motivo para esse cenário é o El Niño, que provoca o aquecimento das águas do oceano Pacífico equatorial e dificulta a formação de nuvens. Esse fenômeno tem sido responsável pelas chuvas na região Sul e pela seca na região do semiárido.
Com a confirmação de mais um ano de seca, a situação no semiárido nordestino pode agravar ainda mais. Após o quarto ano de estiagem severa, a região acumula frustrações na safra, perda de rebanho, escassez da reserva hídrica e dificuldade no abastecimento das zonas urbana e rural.
Maioria dos reservatórios está com nível muito baixo de água
Os sequentes anos de seca na região têm gerado uma série de dificuldades aos cidadãos potiguares. Entre elas, a mais atenuante é a questão do abastecimento de água.
Atualmente, a maioria dos reservatórios de água do Rio Grande do Norte está com nível de água muito baixo. Devido a esse cenário, 11 cidades potiguares estão em colapso e mais de 70 municípios estão em sistema de rodízio de abastecimento.
Mesmo com algumas chuvas que vêm caindo desde o início do ano, as precipitações não estão suficientes para amenizar os efeitos da estiagem histórica que assola o sertão potiguar. Em alguns municípios, como Parnamirim e Baia Formosa, o acumulado de chuvas superou os 700 milímetros. No entanto, a má distribuição dessas precipitações não permitiu um aumento significativo no volume de água dos açudes.
Especialistas alertam que o processo de reabastecimento dos reservatórios potiguares deve ser um processo lento. Conforme o meteorologista José Espínola, mesmo que o volume de chuvas neste ano tivesse ficado na média, ainda não teria sido suficiente para reabastecer todos os reservatórios do estado.
O profissional destaca que, devido aos vários anos seguidos de seca, é preciso um longo período seqüente de boas chuvas. Ele estima que, para chegar à capacidade de 100% no volume dos reservatórios do estado, seriam necessários de 3 a 4 anos de chuvas regulares na região.
Foto: Fabiano Souza
via barrigudanews
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