Guilherme Tagiaroli
Do UOL, em São Paulo
- Engenheiro israelense Dov Moran, inventor do pendrive
O inventor do pendrive conversou com o UOL durante uma passagem relâmpago por São Paulo. Ele veio ao Brasil para o HighTech Nation, um evento que reuniu especialistas em tecnologia para discutir inovação e empreendedorismo.
De acordo com o israelense, a ideia da criação do pendrive veio de um baita problema que teve durante uma apresentação. Ele, como conta, estava em uma conferência nos Estados Unidos. Durante sua vez de falar sobre a M-Systems, sua empresa na época, o computador parou de funcionar.
"Como minha empresa era listada na Bolsa de Valores, não podia falar besteira. Se eu dissesse algo errado, poderia ser processado. Estava desesperado", afirmou. Um amigo até sugeriu emprestar o computador, porém ele não tinha uma cópia da apresentação.
No fim, lembra, o computador voltou a funcionar normalmente e a conferência foi apresentada. "Depois que acabei, foi o exato momento em que tive a ideia de nunca mais ir a um lugar sem ter uma cópia portátil. Aliás, aqui está a minha que fiz hoje", disse ao tirar um pendrive do bolso do paletó.
"Naquele momento, vi que tínhamos de investir em uma tecnologia que fizesse uma memória flash portátil agir como um disco rígido", disse o inventor do pendrive.
A patente da memória USB Flash Drive foi registrada em 1998. Porém o primeiro produto só surgiu em 2000.
"Na época riram da ideia. Alguns falavam que tudo estaria nos e-mails e que não precisavam do pendrive. Outros ainda diziam que o 1,44 Mbyte de um disquete era o suficiente para guardar arquivos", recorda.
O fato é que o produto foi um sucesso e Dov Moran vendeu sua companhia para a SanDisk, empresa norte-americana de soluções em armazenamento, em 2006. O valor da operação foi US$ 1,6 bilhão.
Êxitos e fracassos
Depois de vender a empresa para o grupo norte-americano, Dov Moran passou a dedicar-se a outros projetos. Um dos mais famosos foi o celular Modu, em 2008. A ideia do empresário foi de criar um aparelho portátil "modular", que o usuário poderia personalizar conforme sua necessidade. Poderia ser um porta-retrato ou um tocador de música.Na época, ele até chegou a vir ao Brasil para mostrar sua invenção. No entanto, o produto não vingou. "Hoje, não vejo necessariamente como uma falha, mas criamos um conceito novo", afirmou.
Basicamente, a iniciativa foi um precursor do Project Ara, do Google, que consiste em ter um smartphone montável --a título de curiosidade, Moran vendeu patentes para a gigante das buscas para tornar seu projeto viável.
Atualmente, Moran faz parte da diretoria da Comigo (uma empresa que quer fazer com que a experiência de ver TV seja personalizada) e trabalha como investidor de empresas em estágio inicial em Israel. Lá, ele tem priorizado companhias no ramo de internet das coisas, dispositivos médicos e estrutura de internet.
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