Venina Velossaa Fonseca, ex-funcionária da Petrobras que afirmou que toda a diretoria da estatal sabia do desvio de dinheiro, deve prestar seu primeiro depoimento à Justiça Federal em Curitiba no próximo dia 3, no processo que envolve, além de Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, executivos da Engevix.
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, autorizou pedido do Ministério Público Federal para que Venina substitua João Procópio de Almeida Prado na lista de testemunhas de acusação. Também vão depor a ex-contadora de Youssef, Meire Poza; o ex-laranja do escândalo Petroforte e agora doleiro Leonardo Meirelles; o consultor de vendas Júlio Camargo e o empresário Augusto Mendonça, dono da Setal, empresa sócia da japonesa Toyo no Grupo Toyo Setal.
A defesa de Almeida Prado já havia adiantado que ele permaneceria em silêncio e só falaria nas ações penais em que aparece como réu. Procópio, como é mais conhecido, está preso no Complexo Médico Penal. Concunhado de João Ricardo Auler, presidente do conselho da Camargo Corrêa, ele era funcionário e homem de confiança do doleiro Alberto Youssef. Ex-executivo de banco, é apontado como o criador do esquema de offshores e como dono das senhas das contas bancárias que movimentavam dinheiro para Youssef fora do Brasil. Foi ele também quem formatou o modelo de offshores a ser usado pelo esquema de Paulo Roberto Costa, envolvendo toda a familia – a mulher, as duas filhas e os dois genros.
Na petição em que afirmou que o cliente permaneceria em silêncio, os advogados de Almeida Prado disseram ao juiz Sérgio Moro que ser levado até a Justiça Federal para depor poderia agravar o problema de saúde dele: forte dor na coluna. De acordo com atestado médico, Almeida Prado, de 68 anos, apresenta lombalgia crônica, artrose lombar e escoliose e deve “permanecer em posição confortável”, evitando “flexão de tronco e quadris”. Além disso, deve utilizar “vaso sanitário ou, na ausência deste, cadeira apropriada”.
Por este motivo, os advogados pediram que, caso seja levado a depor pela Polícia Militar, que ele seja levado “no assento regular da viatura policial”, não na parte de trás do camburão, como costuma ocorrer. Argumentaram que, desta forma, sofrerá menos os “impactos que normalmente ocorrem durante o trajeto”.
Arrolada como testemunha de acusação pelo Ministério Público Federal, Venina fará uma maratona de depoimentos. Tem audiências marcadas na Justiça Federal do Paraná nos dias 5, 6, 10 e 12 de fevereiro.
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Fonte: O Globo
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