domingo, 25 de janeiro de 2015

Isso é so o começo A pedido de Jean Wyllys, MP interrompe curso para pastores sobre temática gay

O caso seria investigado pelo MP-DF, que decidiu pelo seu arquivamento.
por Thiago Cortês


A pedido de Jean Wyllys, MP interrompe curso para pastores sobre temática gayA pedido de Wyllys, MP interrompe curso para pastores sobre temática gay
Por solicitação do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), um curso de orientação sobre homossexualismo ministrado pelo ex-homossexual Claudemiro Ferreira – e voltado para pastores – foi interrompido pelo Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF).
Apesar de voltado para lideranças evangélicas, o evento que aconteceria entre os dias 19 e 23 do presente mês foi interrompido por um oficial de Justiça. A programação foi denunciada porque supostamente tratou da homossexualidade “como doença”. O caso seria investigado pelo MP-DF, que decidiu pelo seu arquivamento (veja abaixo).
Mas o foco do evento traz uma perspectiva bastante distante de qualquer vestígio de homofobia. O cartaz do evento dizia somente: “Homossexualismo: ajudando, biblicamente, a prevenir e tratar aqueles que desejam voltar ao padrão de Deus para sua sexualidade”.
Mesmo assim, com base na denúncia de Jean Wyllys, o Ministério Público do Distrito Federal intimou os palestrantes Airton Williams e Claudemiro Soares durante evento em Brasília. Contra eles, foi feita por Wyllys uma acusação sobre “charlatanismo”.
Com a divulgação do caso, lideranças evangélicas passaram a questionar se agora é crime no Brasil ensinar que o homossexualismo é pecado. Outras questionam se Jean Wyllys acionaria o MP se o curso fosse ministrado por um clérigo muçulmano em uma mesquita.
“Qualquer um pode defender o aborto e o uso de drogas, que são crimes, abertamente. O Ministério Público não diz nada. Mas falar em lugar privado sobre terapia para gay é proibido e o lugar invadido pelo MP-DF. É revoltante”, afirmou o pastor Silas Malafaia.
Por sua vez, o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) questionou o “oportunismo” de Jean Wyllys, lembrando a origem do deputado do PSOL, que se deu em um reality-show.
“Não me assusta que o pacóvio deputado ex-BBB ter assumido a autoria da denúncia visando a prisão dos palestrantes. É um cristofóbico assumido. Se os cristãos ficarem calados, amedrontados, preparem-se para verem pastores e padres serem presos, retaliações piores que está virão”, declarou Feliciano.
A advogada e pastora Damares Alves destacou a força do lobby LGBT. “Pasmem, senhores, o Ministério Público foi no local e interrompeu o curso. Olhem o tamanho do poder do deputado Jean Wyllys. Conseguiu interromper um curso fechado para líderes evangélicos. Isso é só o começo. Temos que dar uma resposta à altura a esse episódio”, ressaltou.

MP-DF recua após repercussão

“Tanta coisa para um parlamentar fazer no Brasil e ele preocupado com um curso que tinha apenas 25 pastores presentes querendo tão somente aprender sobre como acolher e lidar com os milhares de homossexuais que tristes e deprimidos procuram nossas igrejas”, sentenciou Damares.
Depois da forte repercussão negativa sobre a interrupção do curso voltado para pastores, o Ministério Público do Distrito Federal decidiu arquivar o caso por não haver indício de discriminação por orientação.
Oficialmente, o MP-DF decidiu pelo arquivamento após o depoimento de um dos palestrantes, Airton Williams. O depoimento do palestrante levou o promotor a conclusão óbvia: o curso é voltado para lideranças evangélicas interessadas em acolher homossexuais.
“Ele explicou que o curso é sobre como acolher homossexuais e como fazer trabalho de orientação eclesiástica para, nas palavras dele, homossexuais que gostariam de deixar de ser”, afirmou o promotor Thiago Pierobom de Ávila.
O promotor disse que o papel do Ministério Público é vedar qualquer ato de discriminação, o que, para ele, até o momento, “não ficou caracterizado”.



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