O
número de mortos no atentado que homens armados do Talibã promoveram a
uma escola do Paquistão, nesta terça-feira (16), subiu de 126 para 141,
de acordo
com a agência Reuters. Do total, 132 vítimas eram estudantes (crianças e adolescentes) e nove agressores.
Os
talibãs abriram fogo contra uma escola para filhos de militares em
Peshawar, principal cidade do noroeste do Paquistão. Este seria o mais
sangrento ataque rebelde dos últimos anos no país.
Bahramand
Khan, diretor de informação para o gabinete regional do ministro-chefe,
disse que ao menos 124 pessoas ficaram feridas.
"Pode aumentar", disse ele. Um hospital local disse que os mortos e feridos atendidos tinham entre 10 e 20 anos de idade.
Mais
de oito horas após militantes terem entrado no prédio da escola, os
militares declararam o encerramento da operação realizada para
combatê-los, e disseram que nove insurgentes foram mortos.
O
ataque à escola gerida pelos militares, onde estudavam mais de 1.100
alunos, muitos deles filhos de membros do Exército, atingiu o coração da
sociedade militar do Paquistão e representa um golpe certo para
enfurecer o poderoso Exército do país.O movimento radical Talibã assumiu
de imediato a responsabilidade pelo ataque.
"Escolhemos
a escola do Exército para o ataque porque o governo está alvejando
nossas famílias e mulheres", disse o porta-voz do Taliban Muhammad Umar
Khorasani. "Queremos que eles sintam a dor."
Na
parte externa, enquanto helicópteros sobrevoavam, a polícia se empenhava
em conter grupos de pais desesperados que tentavam ultrapassar o cordão
de isolamento e entrar na escola.
Não
ficou claro se algumas ou todas as crianças foram mortas pelos homens
armados e homens-bomba ou no confronto subsequente com as forças de
segurança paquistanesa que tentavam recuperar o controle do prédio.
"Um
médico do Exército estava nos visitando e nos ensinando sobre primeiros
socorros quando os homens vieram por trás da nossa escola e começaram a
atirar", disse um estudante a TV paquistanesa "Dunya".
"Nossos
professores trancaram a porta e nós nos deitamos no chão, mas eles (os
militantes) arrombaram a porta. Inicialmente eles atiraram no ar e
depois começaram a matar os estudantes, mas de repente saíram do
corredor", acrescentou. "Eles tinham barbas longas, usavam shalwar
kameez (largas vestimentas tradicionais) e falavam árabe."
O primeiro-ministro Nawz Sharif condenou o ataque e disse estar a caminho de Peshawar.
"Eu
não posso ficar recuado em Islamabad. Essa é uma tragédia nacional,
provocada por selvagens. Essas eram minhas crianças", afirmou ele em
comunicado.
"Essa
perda é minha. Esta é uma perda da nação. Estou indo para Peshawar agora
e vou supervisionar a operação pessoalmente", acrescentou.
Alvos raros
O
Talibã paquistanês, que luta para derrubar o governo e estabelecer um
rígido regime islâmico, tem prometido intensificar os ataques em
resposta a grandes operações conduzidas pelo Exército contra insurgentes
em áreas tribais.
Os
insurgentes têm atacado forças de segurança, postos de controle, bases
militares e aeroportos, mas atentados contra alvos civis sem qualquer
importância logística são relativamente raros.
Em
setembro de 2013, dezenas de pessoas, incluindo muitas crianças, foram
mortas em um ataque contra uma igreja, também em Peshawar, cidade
extensa e violenta perto da fronteira com o Afeganistão.
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