sábado, 8 de novembro de 2014

Orem pelos nossos irmãos , Adventistas se dizem prejudicados por espera no dia da prova do Enem

08/11/2014 07h00- Atualizado em 08/11/2014 07h00

Grupo guarda os sábados e só poderá iniciar exame 5h após os demais.


Inep diz que 69,3 mil candidatos no país solicitaram atendimento especial.

Waldson CostaDo G1 AL
Bruno da Silva diz que tempo de espera em sala de aula é exaustivo para os candidatos sabatistas (Foto: Waldson Costa/ G1)Bruno da Silva diz que tempo de espera em sala de aula é exaustivo para os candidatos sabatistas (Foto: Waldson Costa/ G1)
Com os sábados dedicados exclusivamente a atividades religiosas, como determinam os ensinamentos da igreja Adventista, estudantes sabatistas, conhecidos assim por guardarem os sábados, avaliam que são prejudicados por causa do horário diferenciado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a ser realizado nos próximos dias 8 e 9. Eles têm que estar no local das provas entre 12h e 13h de Brasília, como todos os outros estudantes, mas só podem iniciar as provas quando o sol se pôr, momento que marca o fim do dia.

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De acordo com o Ministério da Educação (MEC), os alunos sabatistas ficarão aguardando o fim do dia em uma sala específica e só poderão iniciar o exame às 19h de Brasília, exceto nos estados do Acre, Amazonas, Roraima e Rondônia, que obedecerão a hora local. No domingo, eles seguem o horário normal de provas.


“Acredito que, para nós das igrejas Adventistas, um outro desafio a ser superado além da ansiedade e do nervosismo é o cansaço da espera pelo final do dia. Com isso, acredito que saímos em desvantagem nas provas do Enem que acontecem no sábado”, diz o estudante Bruno da Silva, de 18 anos.
De acordo com Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), 69,3 mil estudantes em todo o país declararam que, por questões religiosas, guardam o sábado e precisarão de atendimento específico para o primeiro dia de prova do Enem.
Silva é estudante do terceiro ano do Ensino Médio e pretende acumular pontuação suficiente para ser aprovado no curso de Direito de alguma universidade pública. Para isso, ele, que mora com a família na periferia de Maceió, divide a rotina diária entre as obrigações da escola, o curso de preparação para o Enem e as atividades religiosas.

“Seria interessante, diante do número de pessoas que guardam o sábado, que as provas do Enem fossem concentradas apenas aos domingos. Ao invés de serem concentradas em apenas um final semana, os testes poderiam ser aplicados em dois domingos consecutivos”, sugere o estudante.

Outro que também terá que aguardar cinco horas após o início das provas dos demais concorrentes é o estudante do 1º ano do ensino médio Sávio Costa Guedes, de 18 anos. Ele compartilha da mesma opinião que Silva e diz que o longo tempo de permanência em sala de aula tende a ser desgastante.

“Este será o primeiro ano que faço o Enem. Estou apreensivo com as provas e também com o tempo que terei que ficar em sala de aula esperando o horário que poderei fazer o teste. Quem já fez, diz que é cansativo porque precisa voltar novamente no domingo após a longa maratona do sábado”, completa.
O estudante Sávio Guedes é um dos 'sabastistas' que fará pela primeira vez o Enem (Foto: Waldson Costa/ G1)Estudante Sávio Guedes é um dos sabastistas que farão o Enem (Foto: Waldson Costa/ G1)
Calendário das provas

 Assim como nos anos anteriores, o Enem ocorrerá em dois dias seguidos. No sábado, dia 8 de novembro, os participantes farão as provas de ciências humanas e ciências da natureza, das 13h às 17h30 (horário de Brasília). No domingo, dia 9 de novembro, serão aplicadas as provas de linguagens e códigos, matemática e redação. Nessa data, o tempo do exame será mais longo, entre 13h e 18h30 (horário de Brasília).

Segundo o MEC, serão impressas 18,3 milhões de provas (incluindo normal, ampliada, ledor e braile – estas três últimas, para quem tem diferentes graus de deficiência visual) em 1.699 municípios do país. Este ano, 785 mil funcionários vão ajudar na realização do Enem, entre coordenadores de locais de aplicação, assistentes de coordenação, chefes de sala, fiscais e apoio. Em todo o Brasil, haverá 16,6 mil locais de exame
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