Terceira candidata
mais votada no primeiro turno das eleições presidenciais, Marina Silva (PSB)
anunciou neste domingo (12) apoio
formal a Aécio Neves
(PSDB). O tucano disputa o segundo turno com Dilma Rousseff (PT).
"Votarei em Aécio e o
apoiarei, votando nesses compromissos, dando um crédito de confiança à
sinceridade de propósitos do candidato e de seu partido e, principalmente,
entregando à sociedade brasileira a tarefa de exigir que sejam cumpridos", disse
Marina ao ler nota.
O apoio foi dado um
dia após o tucano se comprometer a cumprir, mesmo que de forma vaga, quase todas
as exigências feitas pela ex-senadora.
Em documento
divulgado pela campanha de Aécio, ele se comprometeu a garantir ao Executivo o
papel de demarcação de terras indígenas, a ampliar a reforma agrária e acabar
com a reeleição de cargos do Executivo.
O único dos
principais pontos que ficou de fora do documento lido por Aécio foi a redução da
maioridade penal, que Marina é contra.
"Quero, de início,
deixar claro que entendo esse documento como uma carta compromisso com os
brasileiros, com a nação. Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a
mim, em busca de apoio", disse a ex-senadora.
Minutos após a
declaração de apoio, Aécio agradeceu o gesto. "Hoje, com a benção de Nossa
Senhora Aparecida, é um dia glorioso para a nossa campanha. Recebo com muita
honra e responsabilidade o apoio de Marina Silva. A partir de agora somos um só
corpo, um só projeto", disse no santuário de Nossa Senhora Aparecida (a 180 km
de São Paulo).
Já Dilma disse não
acreditar que os votos da ex-senadora serão automaticamente transferidos para o
tucano. "Não acredito que haja uma transferência automática para ninguém", disse
em São Paulo.
Ao apoiar o tucano,
Marina não repete o que fez em 2010, quando também terminou o pleito na terceira
posição. Na ocasião, ela preferiu ficar neutra em relação à disputa entre Dilma
Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
Marina comparou Aécio
ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). "Ao final da presidência
de Fernando Henrique Cardoso [1995-2002], a sociedade brasileira demonstrou que
queria a alternância de poder, mas não a perda da estabilidade econômica. E isso
foi inequivocamente acatado pelo então candidato da oposição, Lula, num
reconhecimento do mérito de seu antecessor", leu a ex-senadora, que foi ministra
do Meio-Ambiente no governo petista.
"Agora, novamente,
temos um momento em que a alternância de poder fará bem ao Brasil (...) Aécio
retoma o fio da meada virtuoso e corretamente manifesta-se na forma de um
compromisso forte, a exemplo de Lula em 2002, que assumiu compromissos com a
manutenção do Plano Real, abrindo diálogo com os setores produtivos",
declarou.
Ao declarar o apoio,
Marina declarou que tomou a decisão após os partidos da sua coligação
anunciarem suas posições no segundo turno.
A Rede
Sustentabilidade, o movimento político de Marina, que pretende se transformar em
um partido, pediu a seus militantes que no segundo turno não votem em Dilma ao
recomendar voto branco, nulo ou em Aécio.
O PSB, partido pelo
qual Marina concorreu à Presidência, declarou seu apoio ao tucano. Ontem, a
família do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente
aéreo em agosto, também declarou apoio formal a Aécio.
Horas após o anúncio
da família de Campos, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, divulgou uma
carta aberta em que apoia a reeleição de Dilma e afirma que seu partido "traiu a
luta" de Eduardo Campos ao se aliar a Aécio.
Fonte:
Uol
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