Guilherme Palenzuela
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Joachim Löw é técnico da seleção alemã há oito anos, desde 2006. Antes, passou dois anos como assistente técnico de Jurgen Klinsmann. Somados, dez anos de seleção. Antes, não era conhecido. Mas mesmo assim foi o escolhido, para que liderasse um processo de reformulação. E assim o fez, enquanto a CBF escolheu o escudo Luiz Felipe Scolari.
A Alemanha montou um time a partir da geração, cultivando sempre estrutura semelhante. Finalista em 2002, terceiro lugar em 2006, terceiro lugar em 2010 e, agora, finalista em 2014. Alguns jogadores, como Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger, Lukas Podolski e Miroslav Klose jogaram três Copas com Joachim Löw.
O planejamento de oito anos da seleção alemã contou com tudo isso: cuidados à geração e ao sistema tático. A Alemanha dura, dos passes e chutes longos, marcada pela força física, se transformou no time do belo futebol, ao passo que a Espanha se desenvolveu como modelo, a partir de 2008. Na última temporada, o modelo espanhol influenciou diretamente na seleção alemã: aquilo feito por Pep Guardiola no Barcelona, que serviu como base para a seleção espanhola durante anos, começou a valer para a Alemanha pelo Bayern de Munique. Do time titular que massacrou o Brasil nesta terça-feira, cinco jogadores são do Bayern: Neuer, Boateng, Kroos, Schweinsteiger e Müller.
Também conta onde jogam os jogadores. O Brasil teve nesta terça-feira em seu ataque o centroavante do Fluminense, o ponta direita do Zenit, da Rússia, e o ponta esquerda reserva do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Enquanto isso, além dos craques do Bayern, a seleção alemã tem atletas de Dortmund, Real Madrid, Arsenal, Schalke 04 e Lazio.
Não há prova de que seja melhor convocar jogadores que atuam por clubes maiores, mas os alemães que atuaram nesta terça-feira estão todos mais acostumados a partidas decisivas de grandes campeonatos, por jogarem em times de ponta. A seleção brasileira não conta com jogadores com a mesma experiência. Nem pelos clubes, nem pela própria seleção, porque diferentemente de Löw na Alemanha, não houve trabalho longo no Brasil, que servisse para amadurecer a geração.
No campo, a Alemanha está longe de ser sete vezes melhor que o Brasil. Individualmente, Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo são, no mínimo, do mesmo nível que Lahm, Boateng, Hummels e Howedes. No campo ofensivo, sem Neymar, a diferença existe a favor dos alemães, principalmente pela existência de jogadores como Kroos e Schweinsteiger, que atuam por toda a extensão do gramado. Com a influência de Guardiola, ficaram ainda melhores.
O Brasil ainda tem a melhor qualidade para gerar jogadores, mas está longe de ser o que melhor trabalha. Não forma tão bem e não consegue driblar tal obstáculo. A Alemanha, munida de uma ótima geração, fez um trabalho de praticamente para conquistar o objetivo que conquistou agora no Mineirão: decidir uma Copa do Mundo
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