quinta-feira, 8 de maio de 2014

Sem -teto protestam contra a Copa do Mundo em São Paulo

Sedes de construtoras são alvo de protestos de movimentos sociais

 
Sede da Andrade Gutierrez foi alvo de protesto (Foto: Luiz Cláudio Barbosa/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Grupo entrou e pichou edifícios da OAS, Andrade Gutierrez e Odebrecht.


Eles afirmam que terão encontro com a presidente Dilma nesta quinta.

Do G1 São Paulo*

 
Movimentos sociais ocuparam e picharam na manhã desta quinta-feira (8) sedes das construtoras OAS, Odebrecht e Andrade Gutierrez em São Paulo em protesto contra a Copa do Mundo. Os grupos saíram de três regiões da cidade, ocuparam vias durante marcha até as empresas e realizaram as ocupações-relâmpago em prédios no Butantã, no Brooklin e em Higienópolis.

(O G1 acompanhou o protesto em tempo real, com fotos e vídeos.)
Os movimentos sociais alegam que as construtoras que participaram de obras de estádios lucram com o evento em detrimento da população, que precisa de melhorias nos serviços básicos e sofre com a falta de moradia.

Sem-teto ocupam prédio da OAS, em São Paulo (Foto: Folhapress) Ao longo da manhã, o trânsito ficou acima da média em toda a capital paulista. Além dos grupos organizados no ato batizado de "Copa sem povo, tô na rua de novo" - que marcharam até a sede das construtoras - outros dois grupos também formado por sem-teto protestaram na cidade. Eles se concentraram na Avenida Belmira Marin, na Zona Sul, e no vão livre do Masp.

 
Sem-teto ocupam prédio da OAS, em São
Paulo (Foto: Danilo Verpa/ Folhapress)
Contra as construtoras

 O ato contra as construtoras teve a participação de diferentes movimentos sociais, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Os participantes encerraram o movimento por volta das 11h30 e afirmavam que lideranças do grupo se encontrariam no estádio do Corinthians com a presidente Dilma Rousseff, que fará visita à arena na tarde desta quinta.
Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), confirmou ao G1 por telefone que irá se reunir no começo da tarde desta quinta-feira (08) com a presidente Dilma Rousseff. A reunião, segundo o coordenador, ocorrerá na Arena Corinthians.

A Odebrecht respeita todo tipo de manifestação pública pacífica, mas repudia qualquer ato de vandalismo"
Odebrecht,

  em nota sobre os protestos
O estádio receberá a abertura da Copa, no dia 12 de junho. A Odebrecth, empresa responsável por construir o estádio, divulgou nota nesta quinta lamentando as pichações.
“A Odebrecht respeita todo tipo de manifestação pública pacífica, mas repudia qualquer ato de vandalismo. Visando proteger a integridade física das pessoas presentes no local, a empresa reforçou seu sistema de segurança e acionou as autoridades responsáveis”, disse.
Uma das organizadoras do protesto, Jussara Basso, disse que as empresas ficaram com o dinheiro da Copa.  "Nós invadimos as três sedes das construtoras porque elas receberam todo o dinheiro da Copa. Nós pedimos mais direitos, saúde, educação, moradia e não tem. Mas dinheiro para a Copa... Alguém está lucrando muito com isso e esse alguém são as construtoras"

Ato contra construtoras em São Paulo (Foto: Arte/G1)
Concentração
O protesto começou por volta das 9h, quando os manifestantes se reuniram em três frentes – uma na região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, outra na Avenida Paulista, e a terceira no Butantã, na Zona Oeste. Destes locais, próximos às sedes das empresas, eles fizeram caminhadas até a entrada dos edifícios onde ficam os escritórios.


No prédio da Odebrecht, no Butantã, cerca de 300 manifestantes ficaram por volta de 50 minutos. Segundo funcionários da empresa, eles passaram pela porta giratória com tintas e spray e picharam frases como “Copa das Tropas e Empreiteiras”, “Fora Odebrecht” e “Reforma Agrária já”.
No prédio da OAS, na Avenida Angélica, o piso foi pichado com tinta vermelha, com a frase: “Esse é o sangue do povo”. Além do MTST e do MST, participaram do ato o Movimento Popular por Moradia (MPM) e o Movimento Lutas Populares (MLP). Ninguém foi detido e a construtora estuda se vai acionar a Polícia Civil.

A sede da Andrade Gutierrez, na região do Brooklin, também foi alvo de protestos. Os manifestantes amontoaram pedras na frente do Edifício Attílio Tineli e colaram cartazes na fachada.

Protestos
O MTST, um dos organizadores do protesto desta quinta, já vem realizando diversas manifestações na capital. No último dia 29, membros do movimento fecharam ruas do Centro e entraram em confronto com a PM.

Eles protestavam em frente à Câmara pedindo a  votação do Plano Diretor da cidade. No plano estarão incluídas áreas consideradas de interesse social, uma exigência para que possam ser construídos projetos habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida.

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ede da Andrade Gutierrez foi alvo de protesto (Foto: Luiz Cláudio Barbosa/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Manifestantes picharam fachada da Odebrecht (Foto: Kléber Thomaz/G1 São Paulo)
 

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