terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Violência e criminalização de atos esvaziaram protestos de 7 de Setembro, dizem especialistas

Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
               

Protestos pelo Brasil200 fotos

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9.set.2013 - Manifestantes fazem velório simbólico de políticos que integram a CPI dos Ônibus e de governantes na Cinelândia, região central do Rio de Janeiro Marcelo Carnaval/Agência O Globo
Os protestos do último 7 de Setembro foram marcados por menos manifestantes e mais prisões e registros de violência que aqueles realizados em junho -- quando o país viveu uma onda de manifestações.

Para especialistas consultados pelo UOL, a redução no número de manifestantes reflete um momento de maior violência nos protestos, associada à criminalização dos atos pelo país. A presença de black blocs, com táticas mais agressivas, seria um dos fatores que estaria expulsando estudantes e movimento sociais dos atos.
 
O número de prisões cresceu significativamente de junho para agora. Em São Paulo e Brasília, por exemplo, foram registradas seis prisões (três em cada cidade), enquanto no Rio não houve registro, em compensação, o número de manifestantes desabou em comparação a junho. Em São Paulo, por exemplo, foram apenas 2.000, contra 110 mil, no dia 20 de junho --auge das manifestações, quando um milhão de pessoas foram às ruas no país.  Segundo o diretor-executivo da Anistia Internacional no Brasil, Átila Roque, o país vive um momento de "tensão" e pode estar diante de um "retrocesso injustificável" causado pela suposto abuso de autoridade policiais e criminalização pelo Estado dos integrantes de protestos nas ruas do país.

Análise  

O cientista político e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Cláudio Couto afirma que a redução no número de manifestantes tem ligação direta com o aumento da violência nos atos de rua.

População reclama de violência em protestos

"O que a gente verificou no feriado foi desdobramento de movimentos anteriores. Até mesmo pela estratégia de atuação --e aí particularmente falo dos black blocs--, outros grupos foram afastados. E sobra nessas manifestações quem é mais violento", disse.
 

Protestos de junho tiveram participação popular; em setembro, houve prisões e violência

  • Eduardo Knapp/Folhapress Centro de São Paulo, em junho: pressão pela queda na tarifa de ônibus; clique e veja
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Couto, porém, diz que e impossível prever se as manifestações seguirão com tendência violências e cada vez mais vazias. 
 
"No curtíssimo prazo, talvez seja a tendência [dos black blocs], mas enquanto eles se manifestam, outros setores são espantados do processo. Difícil afirmar de maneira categórica [se essa é a tendência]. Isso pode ocorrer, mas pode haver um esfriamento desses black blocs. Isso vai depender do clima do país, como os próprios políticos vão reagir", completou.
 
O sociólogo e professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Michel Zaidan Filho, diz que, desde junho, houve uma mudança de foco dos protestos, associada ao medo de confrontos. 
 
"Aquelas primeiras foram muito espontâneas, e as pessoas com os mais diferentes objetivos. Agora houve uma radicalização, e muita gente não foi pela criminalização policial dos protestos. A maioria não quer enfrentar polícia, bombas", disse.
 
Para o sociólogo, as medidas que deram mais poder à polícia foram de "arbitrariedade imensa". "A polícia não tem critério algum. Estamos no momento muito crítico, de quase um estado declarado de exceção. Os governos se valem de um pretexto de máscaras, bombas, depredações, mas no fundo é uma tentativa de proibir as manifestações, de desestimular a população de ir à rua protestar", assegurou.
 
A mudança de comportamento, segundo Zaidan, ocorreu também porque o não mais o apoio generalizado da população, nem a visibilidade que ocorria em junho. 
 
"É mais fácil reprimir assim. Você isola, estigmatiza e bate em cima. Quantas vozes vão se levantar contra? É um momento muito delicado", disse. 

5 comentários:

Anônimo disse...

Não aguento mais essas manifestações violentas e a criminalização nos protestos do Rio! Uma das principais geradoras desses caso é a cpi dos ônibus.. Alguém me explica o por quê de ela ainda estar acontecendo? Não tem motivo!

Anônimo disse...

Gente, com máscaras ou sem máscaras, as manifestações não vão acabar enquanto a cpi dos ônibus não chegar ao fim, ou seja, teremos que continuar lidando com violência gratuita até novembro... Chega de cpi, galera!

Anônimo disse...

Podia enterrar a cpi dos ônibus de verdade, né? Ela não tinha como objetivo ser pretexto de tanta manifestação!

Anônimo disse...

Chega de violência gratuita e baderna! Chega de cpi dos ônibus! Ninguém aguenta mais viver à mercê disso!

Anônimo disse...

Não precisa enterrar os integrantes da cpi dos ônibus nem simbolicamente, nem na prática. Deixem eles fazerem as investigações e depois eles divulgam se tiveram provas concretas de alguma irregularidade!

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