quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Sinais do fim ;Polícia se precipita ao incriminar adolescente por morte de PMs, dizem criminalistas

 (Mateus cap. 24 vers. 12 E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.

Guilherme Balza
Do UOL, em São Paulo
               




Policial da Rota e família são mortos em chacina em São Paulo16 fotos

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6.jul.2013 - O corpo do casal de PMs, do filho e da irmã da cabo assassinados em chacina na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, são enterrados nesta terça-feira (6) no Cemitério Parque das Palmeiras, em Rio Claro, no interior de São Paulo. Eles foram encontrados mortos dentro da residência da família nessa segunda-feira (5). O principal suspeito de ter praticado o crime é o filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos Leia mais Adriano Lima/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo
 
A Polícia Civil está se precipitando ao indicar que o estudante Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, pela morte dos pais e mais duas parentes na Brasilândia, zona norte de São Paulo, na segunda-feira (5), na opinião de advogados criminalistas entrevistados pelo UOL.

 Até agora, o adolescente é o único suspeito pela morte a tiros do sargento da Rota (tropa da elite da Polícia Militar) Luís Marcelo Pesseghini, da cabo da PM Andreia Regina Bovo Pesseghini --seus pais--, da avó Benedita de Oliveira Bovo, 65, e da tia de Andreia, Bernadete Oliveira da Silva, 55.
"A polícia não deveria já começar a incriminar o garoto. Tem que esperar a perícia, o depoimento de testemunhas, antes de afirmar alguma coisa. O compromisso da polícia é apresentar um conjunto maior de provas", afirmou o jurista Luiz Flávio Gomes, advogado criminalista, que já atuou como juiz, promotor e delegado.
Nesta quarta-feira, a polícia prosseguirá com as investigações ouvindo novas testemunhas. As perícias do computador do garoto, da arma utilizada no crime e do carro da mãe também serão realizadas.

Em entrevista coletiva nessa terça-feira (6), um dia depois dos crimes, o delegado titular da divisão de homicídios do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Itagiba Franco, descartou que as mortes possam ter sido encomendadas e afirmou que "tudo leva a crer" que o garoto matou os quatro e depois se suicidou, embora tenha dito que as investigações irão prosseguir.

O delegado disse ainda que "tudo vai se encaixando, se fechando", ao falar sobre as provas colhidas. "Desde o primeiro momento, sabíamos que não era um homicídio usual", afirmou, ao descartar que os crimes foram encomendados por facções criminosas.

"Deveria haver um cuidado muito grande na comunicação de informações desse caso, ainda mais envolvendo uma criança. Seria prudente aguardar um pouco mais até para não criar uma situação muito ruim, de eventualmente estar acusando uma criança e no futuro isso se mostrar falso", afirma o advogado criminalista Frederico Crissiuma Figueiredo, professor de direito penal da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Depoimento do melhor amigo

Itagiba Franco afirmou, na entrevista de ontem, que o elemento mais importante que indica a autoria de Marcelo foi o depoimento do melhor amigo dele, prestado à polícia nesta terça-feira. O depoente também tem 13 anos e foi interrogado ao lado do pai, o mesmo que deu carona ao suspeito da escola para a casa.

No depoimento, o delegado diz que o amigo afirmou que Marcelo lhe confidenciou um plano para matar os pais e fugir e que o suspeito sonhava em ser matador de aluguel.
"Desejo manifestado pelo Marcelo: ele sempre me chamou para fugir de casa para ser um matador de aluguel. Ele tinha o plano de matar os pais durante a noite, quando ninguém soubesse, e fugir com o carro dos pais e morar em um local abandonado", afirmou o delegado, citando o trecho do depoimento do "amigo mais chegado" do adolescente.

A versão é contestada por amigos e familiares do garoto. Eles dizem que Marcelo era tranquilo, tinha boa relação com a família e queria ser policial como os pais.

FONTE; UOL.



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