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Do UOL, em São Paulo
"A oposição foi avisada em termos claros que uma ação para impedir futuro uso de armas química pelo regime Assad pode acontecer nos próximos dias, e eles ainda devem se preparar para as conversas de paz em Genebra", disse à Reuters uma das fontes presentes ao encontro de segunda-feira (27).
Em entrevista à BBC, o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel disse que as Forças Armadas dos Estados Unidos estão prontas para um ataque à Síria.
Segundo o secretário, equipamento militar necessário a um ataque já está posicionado caso o presidente ordene o ataque.
Jornais americanos publicaram, nesta terça, que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estuda a possibilidade de um ataque "breve e limitado" à Síria.
Este ataque em represália à "inegável utilização de armas químicas", segundo o secretário de Estado John Kerry, não deve durar mais de dois dias e evitará um envolvimento maior dos Estados Unidos na guerra civil que a Síria vive desde março de 2011, destaca o jornal "Washington Post", que cita fontes do governo que pediram anonimato.
O "New York Times" também afirma que Obama deve ordenar provavelmente uma operação militar limitada.
Washington poderia ordenar um ataque com mísseis de cruzeiro a partir de centros americanos no Mediterrâneo contra alvos militares sírios, informa o jornal, que também cita fontes do governo.
A intervenção seria pontual e não buscaria a derrubada do presidente Bashar Assad nem a mudança de curso da guerra civil na Síria, completa o "NYT".
Nos próximos dias, autoridades da inteligência americana devem revelar informações que respaldariam a acusação de que o governo sírio seria o responsável pelo ataque com armas químicas de 21 de agosto, que - segundo a oposição - teria provocado 1.300 mortes.
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Reino Unido prepara debate
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, convocou o Parlamento para debater uma possível ação militar na Síria em resposta ao suposto uso de armas químicas. Uma reunião será realizada na quinta-feira (29).Um porta-voz de Cameron disse que as Forças Armadas britânicas estão se certificando de que estão em posição de responder militarmente se forem solicitadas a fazê-lo.
"É razoável assumir que nossas forças estão fazendo planos de contingência", disse o porta-voz a jornalistas, ressaltando que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre uso da força e que eventual escolha seria baseada em evidências de "uma série de fontes".
EUA conversa com aliados
O governo dos Estados Unidos está em conversações com os aliados ocidentais, ante a pouca esperança de obter autorização para um ataque do Conselho de Segurança da ONU, já que a Rússia, principal aliado da Síria, bloquearia a medida.A Rússia pediu nesta terça-feira "prudência" aos Estados Unidos e à comunidade internacional e destacou que uma intervenção militar teria consequências "catastróficas" para os países do Oriente Médio e do norte da África.
Também pediu a Washington e à comunidade internacional "prudência e respeito estrito ao direito internacional, baseado sobretudo nos princípios fundamentais da Carta da ONU".
Síria diz que irá responder
O governo sírio, acusado pela comunidade internacional de ter bombardeado com armas químicas uma área controlada por rebeldes, prometeu nesta terça-feira defender-se de um eventual ataque ocidental."Temos duas opções: rendição ou defesa com os meios que temos. A segunda alternativa é a melhor: nos defenderemos", declarou o ministro das Relações Exteriores do país, Walid Muallem.
"Atacar a Síria não é um assunto fácil. Dispomos de meios defensivos que surpreenderão os demais", disse Muallem.
O ministro afirmou que um ataque ocidental não afetaria a campanha militar de Damasco contra os rebeldes.
"Se acreditam que assim poderão impedir a vitória de nossas Forças Armadas, se enganam", afirmou em entrevista coletiva em Damasco. (Com agências internacionais)
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1º.abr.2013 - Cerca de um milhão de sírios abandonaram suas casas desde que a guerra civil explodiu no país, há dois anos. Segundo a ONU, cerca de 400 mil sírios cruzaram fronteiras em busca de abrigo em campos de refugiados na Turquia, no Iraque e no Líbano. Iman, 25 anos, carregou apenas seu filho Ahmed, sua filha Aisha e o Corão ao fugir de casa em Aleppo. No campo de Nizip, em território turco, ela conta que o livro sagrado dos muçulmanos lhe oferece proteção
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