A recepção ao papa
Francisco no Palácio Guanabara (sede do governo fluminense, na zona sul do Rio)
será marcada por protestos convocados pelos grupos Anonymous Rio e pela
Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea). A manifestação questiona
gastos públicos com a recepção ao pontífice e pede a saída do governador Sérgio
Cabral e do vice Luiz Fernando Pezão. Eles recepcionarão Francisco. Solenidade
está marcada para as 17h no palácio, com a presença da presidente Dilma Rousseff
e do prefeito Eduardo Paes.
Os manifestantes se
concentrarão a partir das 18h no Largo do Machado, a 1 km do Guanabara. O grupo
planeja seguir até o palácio. Na página de convocação ao evento, mais de 7 mil
pessoas confirmaram presença. De acordo com a prefeitura, toda a rua em frente
ao palácio estará fechada por medida de segurança.
Na convocação, o
grupo esclarece que a manifestação não é contra a presença do papa nem contra a
Igreja Católica. "A ideia é aproveitar a presença do papa, de seus turistas e da
mídia global. Será mais um grito contra a corrupção e por serviços públicos mais
dignos." A pauta divulgada pelo grupo questiona os gastos públicos estimados em
R$ 118 milhões para a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e
defende o estado laico.
A Atea anunciou que
promoverá às 17h manifestação em frente ao palácio. Temerosa de uma reação da
Polícia Militar, a entidade tentou no fim de semana uma liminar judicial que
proibisse a repressão policial. No sábado, a Justiça negou a liminar. A entidade
recorreu. Manifestações do tipo serão promovidas pela entidade em outras
capitais brasileiras, como Belo Horizonte e São Paulo, além de cidades
importantes, como Ribeirão Preto (SP).
"Assim como o batismo
de crianças lhes impinge uma religião, o sequestro do Estado para fins
religiosos faz o mesmo com todos os demais cidadãos brasileiros, que se tornam
católicos à força quando o dinheiro dos seus impostos é desviado para pagar um
evento religioso. Por isso, para simbolizar o protesto contra as violações da
laicidade, escolhemos o desbatismo", informa a Atea em comunicado distribuído na
semana passada. No protesto, a entidade promoverá o que chamou de "desbatismo
coletivo", em que os manifestantes usarão secadores de cabelo "para os ventos do
secularismo varrerem as águas do batismo". "Se você não concorda com o uso de
dinheiro público na JMJ, com símbolos religiosos em repartições públicas, o ´
Deus seja louvado` no dinheiro, o ensino religioso em escolas
públicas..
Se você acha que
barrar a camisinha e a pílula no sistema público é um absurdo, se não concorda
com o veto da Igreja Católica ao divórcio, se ainda não se conformou com o
acobertamento de pedófilos e a discriminação contra homossexuais... Enfim, o
desbatismo é para todos aqueles que desejam protestar", diz o
documento.
Reprodução Cidade
News Itaú
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