15 de junho de 2013. Uma data histórica para o país. É a abertura da Copa das Confederações, evento preparatório e que antecede a Copa do Mundo no Brasil, que será realizada próximo ano. Bilhões de reais foram e ainda estão sendo gastos na realização desses eventos. Diversos canteiros de obras estão espalhados pelo país. Enquanto isso, também espalhadas por diversos lugares do Brasil, acontecem manifestações com milhares de pessoas, que protestam contra o aumento do preço das passagens de ônibus, contra os superfaturados gastos com a copa, contra a corrupção.
As cenas são as piores possíveis. Policiais armados, usando toda a força do Estado para bater em pessoas, muitas das quais sequer fizeram algo errado, e pessoas lutando contra a polícia, e criando ódio ao governo. Uma guerra armada, violenta, cruel, covarde e repressora, nas ruas do Brasil. Pela descrição, parece até que estou falando dos “anos de chumbo” da Ditadura Militar, porque parece inconcebível que em tempos em que o país respira ventos da democracia, com uma Constituição rígida, com um sistema eleitoral avançado, fincado em ideais democráticos como nunca antes visto, e com a tal da “dignidade da pessoa humana” sendo tão citada, ainda assim tenhamos acontecimentos como esses, na frente dos nossos olhos.
É claro que não se pode dizer que todo manifestante só manifesta, já que sempre tem aqueles que se comportam como vândalos, mas também não se pode dizer que um movimento com milhares de pessoas nas ruas não tenha legitimidade por causa de atos praticados por “meia dúzia” dessas pessoas. Também não se pode esconder os excessos dos policiais, que agem como romanos enfrentando bárbaros, como se fossem os donos da verdade. Mal sabem eles que também são povo. A imprensa estrangeira dá destaque ao assunto, e a Anistia Internacional já advertiu o Brasil. Protestos estão sendo marcados em mais de 15 países pelo mundo, para apoiar os protestos daqui.
É triste ver as declarações do Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, quando diz que “os policiais estão apenas mantendo a ordem.” Pode até ser, mas não me convence. Não são poucos os vídeos que mostram excessos da Polícia, e até de um policial quebrando o vidro da própria viatura. Mais triste ainda é ver as declarações do prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, de que a decisão do aumento de preços é irredutível. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Democracia sem debates. Pior do que isso é ver o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, oferecer mais tropas para conter manifestantes em São Paulo. Parece-me, Ministro, que até agora o trabalho dos policiais do Governador não ajudou muito, e não é enchendo a capital de mais homens fardados que se resolverá alguma coisa.
Quem diria que o Governo da mulher que foi oprimida pela Ditadura, se ofereceria para oprimir manifestações do povo?! Não pode haver aglomerações de pessoas que lutam por dias melhores, mas eles permitem que as pessoas se aglomerem nas infindáveis filas do SUS, do INSS, dos serviços públicos. Eles permitem que as pessoas continuem se aglomerando nos ônibus superlotados, e ainda tenham que pagar mais caro por isso. Eles permitem que as pessoas continuem se aglomerando nas escolas falidas, que não oferecem o básico para se educar alguém. Eles permitem que as pessoas continuem se aglomerando no sistema carcerário arruinado e desgovernado do Brasil. Eles só não permitem que as pessoas se aglomerem para protestar, para lutar por seus direitos, para exigir dias melhores. Governador, crime não é ir às ruas. É ver gente morrendo todos os dias por falta de UTI, e não fazer nada. Prefeito, crime é não criar políticas públicas para a juventude, e ver nossos jovens sucumbindo nas drogas, sem perspectivas de futuro. Ministro, o Brasil não precisa de mais policiais nas ruas. O Brasil precisa de mais professores em salas de aula, de mais médicos nos hospitais, de mais preço justo e menos impostos, e de mais dignidade para seu povo.
Dinheiro para as obras atrasadas da Copa nunca faltou, mas a Transposição do Rio São Francisco parou de forma inexplicável, a Transamazônica há 40 anos tenta sair do papel, os hospitais públicos amargam a falta de medicamentos e estrutura, e por aí vai… O Brasil não precisa de mais bolsas, como o “Minha Casa Melhor”, que a Presidente lançou recentemente pra dar móveis de casa para as pessoas. O Brasil precisa respeitar seu povo, e dar condições para que esse povo, por conta própria, se sustente, e não passe a vida inteira sustentado pela máquina estatal. O Governo reprime, o povo grita, a aprovação da Presidente cai, a Copa se aproxima, e ainda tem a visita do Papa.
Há tempos que o Brasil não estava tão movimentado.
Sobre o assunto, não há reflexão melhor que a de padre Zezinho, quando disse que Dilma e Lula “perderão o governo por três descuidos: INFLAÇÃO, violência e corrupção.
A euforia está desmilinguindo. Não há marketeiro que salve um governo que adia estas três soluções! A oposição de ontem perdeu o governo por promessas não cumpridas. A de hoje voltará ao governo cheia de promessas, porque o PT falhou. Acrescente a isso o aborto, a liberação das drogas e a saúde sem recursos, enquanto nada faltou aos estádios superfaturados. Ou não foi isso?” O povo volta às ruas. Será que é um sinal de que ainda posso ter esperança? Rumo ao hexa, Brasil. E que as pessoas que vêm para a Copa não precisem usar nossos hospitais.
As cenas são as piores possíveis. Policiais armados, usando toda a força do Estado para bater em pessoas, muitas das quais sequer fizeram algo errado, e pessoas lutando contra a polícia, e criando ódio ao governo. Uma guerra armada, violenta, cruel, covarde e repressora, nas ruas do Brasil. Pela descrição, parece até que estou falando dos “anos de chumbo” da Ditadura Militar, porque parece inconcebível que em tempos em que o país respira ventos da democracia, com uma Constituição rígida, com um sistema eleitoral avançado, fincado em ideais democráticos como nunca antes visto, e com a tal da “dignidade da pessoa humana” sendo tão citada, ainda assim tenhamos acontecimentos como esses, na frente dos nossos olhos.
É claro que não se pode dizer que todo manifestante só manifesta, já que sempre tem aqueles que se comportam como vândalos, mas também não se pode dizer que um movimento com milhares de pessoas nas ruas não tenha legitimidade por causa de atos praticados por “meia dúzia” dessas pessoas. Também não se pode esconder os excessos dos policiais, que agem como romanos enfrentando bárbaros, como se fossem os donos da verdade. Mal sabem eles que também são povo. A imprensa estrangeira dá destaque ao assunto, e a Anistia Internacional já advertiu o Brasil. Protestos estão sendo marcados em mais de 15 países pelo mundo, para apoiar os protestos daqui.
É triste ver as declarações do Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, quando diz que “os policiais estão apenas mantendo a ordem.” Pode até ser, mas não me convence. Não são poucos os vídeos que mostram excessos da Polícia, e até de um policial quebrando o vidro da própria viatura. Mais triste ainda é ver as declarações do prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, de que a decisão do aumento de preços é irredutível. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Democracia sem debates. Pior do que isso é ver o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, oferecer mais tropas para conter manifestantes em São Paulo. Parece-me, Ministro, que até agora o trabalho dos policiais do Governador não ajudou muito, e não é enchendo a capital de mais homens fardados que se resolverá alguma coisa.
Quem diria que o Governo da mulher que foi oprimida pela Ditadura, se ofereceria para oprimir manifestações do povo?! Não pode haver aglomerações de pessoas que lutam por dias melhores, mas eles permitem que as pessoas se aglomerem nas infindáveis filas do SUS, do INSS, dos serviços públicos. Eles permitem que as pessoas continuem se aglomerando nos ônibus superlotados, e ainda tenham que pagar mais caro por isso. Eles permitem que as pessoas continuem se aglomerando nas escolas falidas, que não oferecem o básico para se educar alguém. Eles permitem que as pessoas continuem se aglomerando no sistema carcerário arruinado e desgovernado do Brasil. Eles só não permitem que as pessoas se aglomerem para protestar, para lutar por seus direitos, para exigir dias melhores. Governador, crime não é ir às ruas. É ver gente morrendo todos os dias por falta de UTI, e não fazer nada. Prefeito, crime é não criar políticas públicas para a juventude, e ver nossos jovens sucumbindo nas drogas, sem perspectivas de futuro. Ministro, o Brasil não precisa de mais policiais nas ruas. O Brasil precisa de mais professores em salas de aula, de mais médicos nos hospitais, de mais preço justo e menos impostos, e de mais dignidade para seu povo.
Dinheiro para as obras atrasadas da Copa nunca faltou, mas a Transposição do Rio São Francisco parou de forma inexplicável, a Transamazônica há 40 anos tenta sair do papel, os hospitais públicos amargam a falta de medicamentos e estrutura, e por aí vai… O Brasil não precisa de mais bolsas, como o “Minha Casa Melhor”, que a Presidente lançou recentemente pra dar móveis de casa para as pessoas. O Brasil precisa respeitar seu povo, e dar condições para que esse povo, por conta própria, se sustente, e não passe a vida inteira sustentado pela máquina estatal. O Governo reprime, o povo grita, a aprovação da Presidente cai, a Copa se aproxima, e ainda tem a visita do Papa.
Há tempos que o Brasil não estava tão movimentado.
Sobre o assunto, não há reflexão melhor que a de padre Zezinho, quando disse que Dilma e Lula “perderão o governo por três descuidos: INFLAÇÃO, violência e corrupção.
A euforia está desmilinguindo. Não há marketeiro que salve um governo que adia estas três soluções! A oposição de ontem perdeu o governo por promessas não cumpridas. A de hoje voltará ao governo cheia de promessas, porque o PT falhou. Acrescente a isso o aborto, a liberação das drogas e a saúde sem recursos, enquanto nada faltou aos estádios superfaturados. Ou não foi isso?” O povo volta às ruas. Será que é um sinal de que ainda posso ter esperança? Rumo ao hexa, Brasil. E que as pessoas que vêm para a Copa não precisem usar nossos hospitais.
Augusto de França Maia, estudante de Direito pela UFRN
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