A propósito, 
medíocres e inferiores são aqueles que, estupidamente, se auto-proclamam 
“melhores”.
Embora sendo 
compreensíveis “campanhas” em prol do nosdestinismo, convém entender a 
importância maior, primeiro, de afirmação para consigo mesmo. Em ouras palavras, 
quer dizer, importa construir qualidades e provar a existência de 
potencialidades próprias de nós, não como uma cultura isolada, mas sim como 
componente de uma nação que, apesar das diferenças e singularidades, constitui 
um só povo. De tal forma, é imperioso se livrar dos vícios da ignorância, do 
negativismo, da indolência concorrente ao atraso social, do pensamento mesquinho 
e, substancialmente, abolir com a postura autopreconceitusa – que ainda nos 
persegue. 
Com efeito, 
reafirmar alguns aspectos arcaicos do Nordeste apenas pelo fato de serem 
tradicionalmente perpetuados e aceitos, não conduz a progressos, tampouco 
caracteriza ‘riqueza cultural’ a 
priori, pois que isto, por vezes, corrobora a permanência do status quo do quadro desconfortável em que vivemos, perante, 
tanto a outras regiões do Brasil 
desigual, como a nós mesmos. 
Da cultura, 
aproveite-se, sim, fatores constituintes da nossa personalidade intrínseca e do 
nosso jeito próprio de ser, dado que cultura é, senão, apenas um elemento a mais 
no conjunto de uma sociedade. Nesse sentido, não cabe a exposição (quase 
melancólica) de aspectos tais como: da típica casa de taipa, do pote de barro, 
de um roceiro com sinais de sofrimento mórbido, de uma criança castrada em sua 
infância, conduzindo um jegue cambaleante, dentre outros, como razão de orgulho. 
Isso seria nos desenhar - com as próprias “mãos” - num papel de povo 
subdesenvolvido. Pode até ser boa a 
intenção; vê-se, porém, que o efeito é nada mais que equívoco. Reclamam-se 
outros exemplos mais significantes de ufania! 
Concorde-se 
que ressaltar belezas naturais, modos peculiares e a figura de grandes 
personalidades que aqui têm raízes, também se traduz indubitavelmente em 
positivo. Entretanto, não basta somente isso. Ao mesmo tempo, ressaltemos-nos 
como sujeitos de uma história pessoal, capazes de revolucionar o universo que nos configura e de, a 
partir de um histórico de trabalho e do desejo inabalável de querer-mais, fazer da gente e da história nordestinas uma 
referência de progresso.
Também não é 
coerente atacar preconceituosos retaliando-os com outros preconceitos, tal como 
vemos. Isso não significa nenhuma mudança desejável. Mudança significa aprender 
a ser gente (na acepção mais plena do termo); compreender que valorizar e 
preservar bens de uma cultura corresponde, principalmente, a discernir seus prós 
e contras, optando-se por viver melhor; saber que discurso de braviedade não 
configura ação transformadora e, portanto, pouco interessa; assimilar a 
relevância do conhecimento acerca do mundo e de si mesmo enquanto “mundo”, 
dentre outros fatores de crescimento. Isso sim, por questão de mérito, nos 
levará à categoria de cultura e de povo, em tudo, respeitável. 
Sejamos, 
portanto, ponderados. Não desperdicemos tempo e juízo, digladiando em nome do apoucamento e das desavenças em vão. 
Afinal, o mundo todo sabe: “antes de tudo, somos fortes”. Viva aos 
nordestinos!!
Messias 
Torres
Professor – 
Psicopedagogo
 
 
 
 
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