O mico dos Estaduais fez mais duas vítimas: os dois times mais populares do país foram eliminados e agora tentam minimizar estragos para o resto do ano
Jogadores do Flamengo lamentam derrota para o Vasco, no domingo, no Engenhão
(Celso Pupo / Fotoarena)
Famoso por repetir bordão "futebol é business", presidente corintiano não sabe como mudar situação: "Na reunião da federação, ninguém reclamou desse regulamento"
A maior torcida do país vai tirar férias de quase um mês - um descanso merecido quando se trata de um time que vem dando tanta dor de cabeça aos seus simpatizantes. Com a eliminação da Copa Libertadores e, no domingo, do Campeonato Carioca, o Flamengo só voltará a disputar uma partida oficial no dia 20 de maio, contra o Sport, fora de casa, na estreia do Campeonato Brasileiro. Até lá, o clube terá de arcar com uma folha salarial milionária - inchada principalmente pelos vencimentos de Ronaldinho,
que mais uma vez jogou muito mal na derrota para o Vasco - enquanto lida com a fúria da torcida e com uma acirrada disputa interna (é ano de eleições presidenciais no clube da Gávea). Sem chance de arrecadar com a bilheteria de seus jogos até o fim de maio - e ainda sem patrocinador master na camisa -, o Flamengo negocia amistosos na China para tentar cobrir parte do rombo deixado pelo péssimo início de ano.
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Nelson Antoine/ Fotoarena
Julio César, do Corinthians: falhas e pressão
O segundo clube mais popular do país também foi eliminado de seu campeonato estadual no domingo. No caso do Corinthians, porém, a queda no Paulistão -
em função de uma inesperada derrota para a Ponte Preta, por 3 a 2, no Pacaembu - é menos desastrosa, já que o time poderá deixar de lado a pouco valorizada disputa do estadual para se dedicar exclusivamente à Libertadores. Não que o Paulista não tenha provocado seus estragos. Além de acabar com a lua de mel com a torcida (o goleiro Julio César, por exemplo, passa a jogar sob pressão depois das falhas cometidas no domingo), a queda precoce no Estadual significa uma grande perda financeira. Durante pouco mais de três meses, o Corinthians custeou a salgada conta mensal de sua folha de salários para colocar o time em campo em jogos que não valiam quase nada. Arrecadou relativamente pouco nas bilheterias e desgastou a equipe à toa - disputou 19 jogos, acabou a primeira fase em primeiro lugar e, com apenas uma derrota, deu adeus repentino ao torneio.
Para piorar a situação, Flamengo e Corinthians se despedem dos Estaduais
justamente no único período em que eles têm alguma utilidade: na reta final, cresce o público nos estádios e a arrecadação aumenta. Além disso, a disputa dos clássicos ajuda a testar os times antes do Brasileirão, já que os jogos contra as equipes mais frágeis do interior de pouco servem para avaliar o grau de preparação das equipes antes do início da competição mais importante do país. Apesar do péssimo desfecho da campanha de seu time no Paulista, o presidente do Corinthians, Mário Gobbi - justamente um dos cartolas que mais defendem o tratamento do esporte como negócio - evitou criticar o campeonato. Ao ser questionado sobre a importância do Paulista e sobre o regulamento, o dirigente, famoso pelo bordão "futebol é business", ficou em cima do muro, dizendo não ter uma ideia melhor para ocupar os quatro primeiros meses da temporada nem para criar uma fórmula de disputa que seja mais benéfica e lucrativa aos clubes. "Na reunião da Federação Paulista de Futebol, ninguém reclamou do regulamento. Todos aceitaram", admitiu.
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