Lutero morreu aos 62 anos de idade, no dia 18 de fevereiro de 1546, em sua cidade natal, Eisleben, para onde havia ido, apesar de doente, para ajudar a resolver um conflito entre os condes de Mansfeld. Vitimado por um derrame ou um ataque cardíaco (não há consenso sobre a causa real de sua morte), o religioso faleceu na madrugada do dia 18, tendo ainda a oportunidade de responder positivamente a seus companheiros de viagem, Justus Jonas e Michael Coelius, quando esses lhe perguntaram se ele estava preparado para morrer acreditando no Senhor Jesus Cristo e confessando a doutrina que ele próprio havia ensinado.
Os relatos afirmam que antes de ir se deitar na noite do dia 17 Lutero citou o versículo que era considerado, em sua época, como a oração daqueles que estava morrendo, o Salmo 31:5, que diz: “Nas tuas mãos encomendo o meu espírito, tu me redimiste Senhor, Deus da verdade”.
Após ter sido sepultado na catedral de Wittenberg, a mesma em cuja porta havia afixado suas 95 teses 29 anos antes, foi encontrado em seus pertences aquelas que são consideradas suas últimas palavras. O papel encontrado trazia uma nota escrita em latim, com exceção do trecho “Nós somos mendigos”, que estava escrito em alemão. Leia a tradução da nota em sua íntegra:
“Ninguém pode compreender Virgílio nas suas Bucólicas e Geórgicas a não ser que primeiro tenha sido pastor ou lavrador por 5 anos.
Ninguém compreende Cícero nas suas cartas a não ser que tenha se envolvido com negócios públicos de alguma importância por 20 anos.
Que ninguém suponha que já saboreou as Escrituras suficientemente a não ser que tenha governado sobre as igrejas por 100 anos com os profetas. Portanto, existe algo maravilhoso, primeiro, sobre João Batista; segundo, sobre Cristo; terceiro sobre os apóstolos. Não toquem com a sua mão nessa divina Eneida, mas se prostrem diante dos seus vestígios, em adoração.
Nós somos mendigos. Esta é a verdade.”
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