Fernando Lucena reafirma acusação de mensalão na Câmara de Natal
Vereador petista diz que convênio com a prefeitura para cessão de funcionários bancaria esquema; Ney Jr., integrante da mesa diretora, nega com veemência.
Foto: Elpídio Júnior
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“Eu sei é que tem um convênio na Câmara, com a Prefeitura de Natal. Através dele acontece o mensalão. Isso vem desde a época de Rogério [Marinho]”, disse Lucena, que, indagado sobre que tipo de convênio se trata, acrescentou: “A Câmara coloca servidores dela na Prefeitura, que paga os funcionários, e a verba que bancaria esses funcionários fica para a Câmara”, disse.
Além dessa acusação, Fernando Lucena insinuou que parte da bancada do PSB é conivente com os esquemas dentro da Casa, e nominou o colega Júlio Protásio. “Há uma recomendação da direção estadual de fazer oposição a Micarla. E por que os vereadores estão na base da prefeita? O próprio Júlio, que é líder do PSB, faz parte da CEI pela base governista”.
Lucena ainda cobrou explicações de Protásio: “Ele é que tem que se explicar. Eu estou dizendo que tem [esquema], porque não há motivo nenhum para o PSB apoiar o PHS, que foi da nossa chapa. E apoiam a prefeita. Por quê?”.
Procurado pela reportagem do Nominuto.com, reiteiradas vezes ao longo do dia hoje, para comentar as declarações de Fernando Lucena, Júlio Protásio não atendeu nem retornou as ligações. O Nominuto.com não conseguiu localizar Edivan Martins. Sua assessoria foi contatada, mas não deu retorno.
Coube ao primeiro vice-presidente da mesa diretora, Ney Lopes Jr. (DEM), repudiar a denúncia. Ele confirmou a existência de convênios entre a Câmara Municipal e a Prefeitura do Natal, mas negou que tais instrumentos de cooperação sejam usados como patrocínio de um mensalão, como acusa seu colega petista sem dar maiorees detalhes.
“Eu nunca tive acesso a esse convênio sobre o qual Lucena até falou com muita propriedade. Isso é um processo administrativo e não tem nada a ver com mensalão”, disse o democrata.
Para Ney Jr., é legítimo que um parlamentar da base aliada tenha indicações na administração que defende: “É absolutamente comum, no mundo todo, parlamentar que faz parte de base do governo poder indicar seus correligionários na administração. Isso é fato legítimo e faz parte da democracia”.
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